Mais de 68 milhões de pessoas encontram-se deslocadas no mundo devido conflitos ou perseguição


Mais de 68 milhões de pessoas encontram-se deslocadas no mundo devido conflitos ou perseguição


A agência SIR (Servizio de Informazione Religiosa) da Conferência Episcopal Italiana publicou, nesta terça-feira, 19 de junho, um breve relato sobre a situação dos refugiados no mundo.


Leia o texto.


São 68,5 milhões, ou seja, o equivalente à população do Reino Unido, pessoas deslocadas em todo o mundo devido a conflitos, violência e perseguição, segundo o ACNUR, a agência de refugiados da ONU. Nunca antes o mundo registrou um número tão grande de pessoas deslocadas. Quarenta milhões de pessoas estão deslocadas dentro de seus países e outros 28,5 milhões cruzaram uma fronteira e se tornaram refugiados.


Os números foram apresentados pelo Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), por meio do seu Secretário-Geral, Jan Egeland, que relata: “a Turquia, Bangladesh e Uganda, são os três países em 2017 receberam metade do 3,6 milhões novos refugiados. A Turquia recebeu 20%, cerca de 700.000 pessoas. Atualmente, hospeda mais de 3,8 milhões de refugiados, muitos deles da Síria. Bangladesh acolheu 18% e Uganda 15%, seguido pelo Sudão com 14% de refugiados. Em 2017, foram devolvidos 667 mil pessoas a seus países, desses 283 mil apenas na Nigéria. Em comparação, o resto da Europa recebeu cerca de meio milhão de refugiados no ano passado, enquanto os Estados Unidos receberam cerca de 60.000 “.


Números que, segundo Egeland, dão conta que a “responsabilidade internacional pelas pessoas deslocadas entrou em colapso total: os países ricos constroem muros contra famílias que fogem da guerra, enquanto há menos dinheiro disponível para ajudar pessoas em áreas de conflito”. Um exemplo claro disso é a história do navio Aquarius com seus 629 refugiados e migrantes aos quais foi negada a entrada nos portos italianos. “Quando tão poucos requerentes de asilo chegam à Europa e aos Estados Unidos – enfatiza o Secretário – somos responsáveis ​​por aumentar nosso apoio aos países menos ricos que atualmente abrigam um grande número de refugiados, como Bangladesh, Líbano e Uganda, e aumentar o número de pessoas que recebemos para o reassentamento”, diz Egeland.


“A rede de segurança que implementamos desde a Segunda Guerra Mundial e que forneceu proteção a milhões de refugiados está sendo apoiada por um número cada vez menor de países. Se esses países não receberem apoio suficiente, todo o sistema de proteção se dissolverá. Se isso acontecer, teremos consequências dramáticas não apenas para os afetados, mas também para a estabilidade e a segurança em muitas partes do mundo “, disse.


Em maio de 2018, de acordo com a nota da NBC, Uganda recebeu apenas 7% do dinheiro necessário para a ONU e outras organizações para ajudar o grande número de refugiados do Sudão do Sul e da República Democrática do Congo. Em Bangladesh, o valor é de cerca de 20%.


(Foto: Folha UOL)