Bispos Eméritos estudam Motu Proprio do papa sobre renúncia de titulares


 


Bispos Eméritos estudam Motu Proprio do papa sobre renúncia de titulares


A Comissão Especial para os Bispos Eméritos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) irá levar a Carta Apostólica do papa Francisco “Aprender a despedir-se” para conhecimento e apreciação do episcopado brasileiro durante a 56ª Assembleia Geral da entidade, que será realizada em abril, em Aparecida (SP). A ideia, segundo dom Luiz Soares Vieira, presidente da Comissão, é fazer com que os bispos atuantes tomem conhecimento do texto que traz “boas reflexões” sobre a “emeritude”. Em reunião juntamente com os bispos referenciais dos regionais, na terça-feira, 06, na sede provisória da Conferência, em Brasília (DF), o grupo também planejou atividades e projetos.



Comissão Especial para os Bispos Eméritos juntamente com referenciais dos regionais da CNBB. Foto: Luiz Lopes Jr.


A Carta Apostólica, em forma de Motu Proprio, foi apresentada pelo papa Francisco em fevereiro deste ano. Nela, o pontífice convida todos os bispos e titulares das dioceses e da Cúria Romana a refletir sobre a importância de “aprender a despedir-se”. No texto, o papa também informou novas orientações para as renúncias por motivo de idade. “Esse documento faz parte de toda a vida ministerial do bispo. Faz-nos refletir sobre a preparação para a “emeritude”, principalmente para que não tenhamos aborrecimentos e amarguras”, comenta dom Luiz Soares.


Com a publicação do documento, o papa Francisco integrou na legislação canônica algumas mudanças, atualizando as normas acerca do tempo e das modalidades de renúncia ao ofício por atingir os limites da idade. Segundo o texto, após completar 75 anos, o pedido de renúncia apresentado pelo bispo não perderá a validade se não for respondido em três meses, no entanto, o prelado deverá aguardar a resposta do Santo Padre. “Nele, o papa traz também uma coisa interessante. Ele diz que a Igreja pode pedir a um bispo que continue na diocese mesmo após completar 75 anos de idade, por motivos que interessem à Igreja”, acrescenta dom Luiz.


No caso dos bispos da Cúria Romana, com a isenção dos cardeais, o Motu Proprio afirma que a renúncia não será automática, pois também deverá conter a confirmação do papa. “Nossa reunião tratou basicamente de como podemos ajudar esses bispos a se prepararem para esse momento. Juntamente com esse texto estamos pensando numa maneira de oferecer um acompanhamento, uma ajuda para que eles possam desempenhar o seu ministério dentro de suas possibilidades e consequências”, afirmou o bispo de Itapipoca, dom Antônio Roberto Cavuto, referencial do regional Nordeste 2 da CNBB.


Além da reflexão sobre o Motu Proprio, na reunião, os bispos também realizaram uma análise do texto “Bispo Emérito: novidade na Igreja”. “É um resumo de um livro de bispos franceses sobre o bispo emérito. Esse documento trata de várias questões teológicas e também de orientações, consequências e práticas”, afirma dom Luiz Soares Vieira. A proposta, segundo o bispo, é futuramente traduzir o livro para o português. Ainda na ocasião e aproveitando a presença dos bispos referenciais dos regionais, a Comissão traçou um panorama da situação dos eméritos ao redor do país.