Caminhos do ecumenismo na Igreja no Brasil


 


 


Caminhos do ecumenismo na Igreja no Brasil


O bispo da diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Francisco Biasin, aponta que nas grandes arquidioceses que coincidem com as grandes metrópoles do Brasil, contando com o suporte das PUCs, há experiências muito interessantes de ecumenismo e diálogo inter-religioso.


Na arquidiocese de São Paulo, por exemplo, com a presença da Casa da Reconciliação, há anos se desenvolvem encontros de oração, de estudo, de colaboração entre as Igrejas cristãs, sobretudo do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e outras religiões: Budismo, Islamismo e Judeus. Na arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro há inúmeras iniciativas com a presença de várias Igrejas e a Comissão arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo inter-religioso, sem contar com manifestações públicas em ocasião de datas significativas, além da Semana de Oração pela Unidade Cristã.  E assim em outras arquidioceses como Belo Horizonte, Curitiba, etc.


Diálogo inter-religioso – As dioceses de Nova Iguaçú (RJ) e Aracajú (SE) são apresentadas como dom Biasin como exemplos onde há uma pastoral ecumênica constante. Em Nova Iguaçu há um diálogo constante entre a diocese e várias Igrejas e pastores, não somente na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, mas nas Campanha da Fraternidade e em eventos preparados para chamar a atenção sobre problemas urgentes da população: saúde, segurança, implantação de políticas públicas etc. “Juntam-se, com muita harmonia, eventos organizados e atos espontâneos, fruto de uma convivência fraterna e maturidade eclesial de bispo, padres e leigos sensíveis e abertos ao diálogo ecumênico”, diz dom Biasin.


Em Aracaju há anos iniciou-se uma aproximação entre a arquidiocese e várias Igrejas Evangélicas, motivada pelo anseio expresso na Oração de Jesus: “Que todos sejam um”. Timidamente no início, e depois de forma cada vez mais organizada e pontual, a arquidiocese e pastores influentes da capital se encontram e levam para frente uma pastoral ecumênica que envolve não apenas os responsáveis das igrejas, mas membros atuantes delas com formação na linha do ecumenismo espiritual. “É fácil perceber em eventos das igrejas a presença de pastores e representantes que se relacionam de forma espontânea e fraterna, dando assim um testemunho de comunhão e de valorização das tradições de cada uma delas”, avalia o presidente da Comissão para o Ecumenismo da CNBB.


Simpósio ecumênico – O bispo lembra que a Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB está preparando o Simpósio de Ecumenismo que se realiza de 1 a 3 de fevereiro, em Sorocaba (SP). O simpósio terá como Tema: “O Espírito e a Igreja: Perspectivas do diálogo Católico Pentecostal”. Trata-se, segundo dom Biasin, de um aprofundamento do diálogo existente com as Igrejas neo-pentecostais no Brasil, seus avanços e desafios.


Já estão confirmados como assessores o padre Marcial Maçaneiro, membro da Comissão Internacional para o diálogo Católico-Pentecostal, o pastor José Carlos Marion, um dos animadores desde o início de EnCristus, única experiência no Brasil, já consolidada há dez anos do diálogo da Igreja Católica com igrejas e grupos neo-pentecostais e dom Francisco Biasin que apresentará um excursus sobre o Ecumenismo nas palavras e nos gestos do Papa Francisco.