GT da Mineração da CNBB busca conhecer melhor os impactos da mineração no Brasil


 


GT da Mineração da CNBB busca conhecer melhor os impactos da mineração no Brasil


O Grupo de Trabalho(GT) da Mineração, criado pelo Conselho Permanente no âmbito da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reuniu-se, pela primeira vez neste ano, nesta quinta-feira, dia 10 de março, com a tarefa de pensar um conjunto de ações para este ano. O foco do trabalho do grupo, segundo dom Sebastião Lima Duarte, o bispo de Caxias (MA) e presidente do GT da Mineração, é conhecer melhor a realidade e os impactos da mineração no Brasil. Segundo ele, realidade pouco conhecida ainda pela própria Igreja no Brasil.


Neste sentido, o grupo traçou um conjunto de ações. Uma delas é dar continuidade ao levantamento das áreas, no Brasil, impactadas por projetos de mineração, bem como identificar quais são os grupos e organizações que atuam nesta pauta. O grupo está encampando, no Brasil, a tradução da Carta Pastoral do Celam sobre a Ecologia Integral. Se trata da carta: “Discípulos Misioneros Custodios de la Casa Común. Discernimiento a la luz de la Laudato Si”.


O GT, com parceria da Rede Pan Amazônica (Repam), promoverá de 9 a 11 de novembro o Encontro das Comunidades Atingidas por mineração em Carajás, evento que reunirá cerca de 90 pessoas de dioceses afetadas do Norte e Nordeste do país. Em agosto, acontece em Brasília (DF), de 07 a 10 de agosto, um encontro com representantes do Vaticano,  do Dicastério de Desenvolvimento Integral, e do Celam. O GT é convidado a colaborar com este encontro. O GT também está estudando a possibilidade de realizar em 2019, antes da 57º Assembleia Nacional dos Bispos, um encontro de dioceses afetadas pelo impacto da mineração em todo o Brasil.



GT Mineração em reunião na sede da CNBB, em Brasília (DF. Foto: Assessoria de Imprensa da CNBB/Matheus de Souza


Papel do GT – O dom André de Witte, bispo de Rui Barbosa (BA), vice-presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que também acompanha o trabalho do GT da Mineração da CNBB, destaca que quem vê a realidade do ponto de vista do trabalho de Evangelização de uma conferência e da perspectiva de Jesus que veio para que todos tivessem vida, é necessário combater os projetos que ameaçam a vida. E parte destes projetos são ligados à extração de minerais em território brasileiro. “Estes estão chegando, como rolo compressor, na realidade dos pequenos que sofrem e perdem condições, um exemplo é Mariana e a morte do Rio Doce”, disse.


As exortações do papa Francisco e suas propostas de preocupação com a casa comum da humanidade contribuem para dar o rumo e o horizonte de atuação da Igreja neste campo, aponta o bispo. “Nosso papel é nos posicionar e cobrar atitudes que evitem acidentes e ameaças ao meio ambiente. O grupo de trabalho deve ser o instrumento para dar passos concretos nesta direção”, disse.