No dia seis de janeiro de 2019 a Igreja Católica celebra a Solenidade da Epifania do Senhor. Epifania em grego significa “manifestação” ou “revelação” do Senhor. Popularmente a festa é conhecida como “a festa dos Reis Magos”, porque o evangelho conta a história dos magos que viram a estrela de Belém. Pe. Johan Konings, S.J. disse; “Contemplamos o paradoxo da grandeza divina e da fragilidade da criança no menino Jesus. Pensamos nos milhões de crianças abandonadas nas ruas de nossas cidades, destinadas à droga, à prostituição e a violência. Outras milhões mortas pela fome, doença, guerra, aborto. Órgãos extraídos, feitos usados para produzir células que devem rejuvenescer velhos ricaços…Qual é o valor de uma criança?” (cf. Liturgia Dominical, 2ª. Ed., Vozes, p. 64). Os magos sempre desfrutaram de enorme popularidade: seja suficiente lembrar que desde 150 anos depois do nascimento de Jesus, nos cemitérios cristãos começa a ser produzida a sua imagem. Os cristãos naquele tempo não ficaram satisfeitos com as escassas notícias que se encontram no texto evangélico. Faltaram muitos detalhes: De onde vinham? Quantos eram? Como se chamavam? Que meio de transporte usaram? Para responder a essas perguntas surgiram, desde os tempos antigos, muitas histórias. Os magos só são mencionados em apenas um dos quatro evangelhos, o de Mateus. Nos 12 versículos em que se trata do assunto, Mateus não especifica o número deles. Sabe-se apenas que eram mais de um, porque a citação está no plural, e não há nenhuma menção de que eram reis. Vários peritos no assunto, embora nem todos, afirmam que não há evidência histórica da existência dessas pessoas. Provavelmente são personagens criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos. De qualquer forma, a tradição permaneceu e foi no século três que eles receberam o título de reis, provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia contida no Salma 72: “Todos os reis cairão diante dele”.
Historicamente falando, a festa dos Magos ou da Epifania é uma duplicata: enquanto o Ocidente celebrava Natal no dia 25 de dezembro, no quarto século introduzia-se aí, também, a festa natalina dos cristãos orientais, a Epifania, celebrado no dia 6 de janeiro. A festa também significa universalismo, quer dizer, a união dos cristãos ocidentais e orientais. Na Igreja a Epifania é o encerramento do ciclo natalino.
Os magos segundo o Evangelho de São Mateus (2, 1-12) que visitaram Jesus recém-nascido em Belém, eram, provavelmente, sábios astrólogos da Babilônia que conheciam o messianismo judaico. Uma tradição do século Vl diz que eram reis e chegam a dar-lhes nomes: Melquior, Baltazar e Gaspar. Peritos como São Beda, presbítero e Doutor da Igreja, os consideraram representantes da Europa, da Ásia e da África, sendo Melquior representando a raça branca, Baltazar representando a raça amarela e Gaspar representando a raça negra. O número tradicional (os três magos) baseia-se, provavelmente, apenas no número de presentes. A Igreja Católica considerou os presentes como símbolos da pessoa e do mistério de Jesus: realiza (ouro), divindade (incenso), morte e sepultura (mirra).
Com relação à estrela: acreditava-se, na Antiguidade, que quando nascia uma pessoa destinada a uma grande missão, ao mesmo tempo surgia uma estrela no céu. Porém, a estrela que os magos viram não foi um astro físico, como um cometa, mas a estrela da qual fala a Escritura. Por isso, devemos informar nossas crianças que a estrela sobre o presépio não é um astro do céu, mas sim Jesus; Ele é a luz que ilumina todos os homens. É a estrela do recém-nascido messias.