Em Sessão Solene de homenagem ao Dia Internacional da Mulher realizada pela Academia Sobralense de Estudos e Letras (ASEL), a secretária da cúria diocesana, que trabalha incansavelmente há 57 anos no mesmo local, se mostrou agradecida e, partilhou um pouco de suas vivências com os presentes
A secretária da Cúria da Diocese de Sobral, Zuleika Ximenes Viana, foi homenageada na noite da terça-feira (12) no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em sessão solene organizada pela Academia Sobralense de Estudos e Letras (ASEL). A mesa foi formada pelo ex-presidente da Asel, João Edson de Andrade; pela atual presidente, Chrislene Carvalho; pelas acadêmicas Glória Giovana Saboya Mont’Alverne e Rebeca Viana Sales (que também foram homenageadas); pela professora Michele Ponte Alves, que representava o Centro Universitário INTA e pela homenageada que por ser considerada uma mulher forte e guardiã do acervo diocesano, ganhou o troféu de “Mulher do Ano de 2019”. Sessão possibilitou que o público tomasse conhecimento de várias curiosidades histórias que resumem suas vivências.
A apresentação de Zuleika Ximenes Viana foi feita pelo escritor José Juá de Aragão: “A família paterna veio do Acaraú; a materna de Forquilha. Desde nova reconheceu que precisava trabalhar. Só na prefeitura foram 19 anos. Na diocese de Sobral, trabalha há exatos 57 anos sem nenhuma falta. Zuleika é cheia de virtudes: honesta, verdadeira. É uma mulher forte que tem caráter firme. Merece nossa admiração, respeito e reconhecimento”, declarou o escritor.
Vivências
Zuleika Ximenes Viana nasceu no dia 22 de junho de 1929. Dos quase 90 anos de vida, já passou 71 deles somente trabalhando. Seu primeiro emprego foi na prefeitura de Sobral. Nesse período viveu uma experiência engraçada onde foi mais corajosa que muitos homens da época e enfrentou a visão de ossos de defuntos achados em escavação realizada para calcimentar a Praça da Sé.
Foi funcionária do Banco Bradesco. Conseguiu emprego na diocese, onde já trabalhou com seis, dos sete bispos que Sobral já teve. “Amo o que faço e faço o que gosto. Quando não gostei mais de ficar no Bradesco pedi demissão. Sou independente”, ressalta ela. Na diocese teve a graça de ficar responsável em cuidar de livros históricos como registro de batismos: “O livro mais antigo da diocese data de 1741”, lembra.
Em seus agradecimentos pelo reconhecimento da Academia, disse ser bastante sensível a toda situação e terminou com uma intimação a todos os presentes: “Conheçam a casa do capitão-mor [lugar que tem bastante apreço], conheçam o museu diocesano [onde já trabalhou por muito tempo] e façam uma visita aos livros da cúria [local onde trabalha atualmente]. Mas como diz o pequeno príncipe: ‘Só se ver bem com o coração!’. Então quem se dispuser a ir tem que enxergar com o coração”, concluiu ela.