TODOS OS SANTOS

por: Pe. Brendan Coleman Mc Donald

Normalmente a Igreja Católica celebra a Festa de Todos os Santos no 1º. de novembro, porém, este ano de 2019 a festa será celebrada excepcionalmente no dia 3 de novembro, o 31º. Domingo do Tempo Comum. A liturgia reúne, numa só solenidade, sejam os santos já venerados no discurso do ano, como os demais que não tiveram lugar no calendário litúrgico, incluindo a multidão de almas que já nos precederam na Casa do Pai.

O Apocalipse apresenta uma visão com estas palavras: “Eis que vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro, trajadas com vestes brancas e com palmas na mão. Em alta voz clamavam: ‘Louvor, glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força pertencem ao nosso Deus pelos séculos dos séculos Amém’ ”(Apoc. 7, 9-11).

A pátria orgulha-se dos seus heróis, dos grandes políticos, dos imortais cientistas, poetas, artistas etc. Com justo orgulho ergue-lhes monumentos, dedica-lhes praças, ruas e guarda-lhes ciosamente os nomes nos anais da história. Com muito mais razão a Igreja ufana-se dos seus filhos que passando por este mundo conservaram a integridade da fé, labutaram para implantação do Reino de Deus entre os homens, dominaram as paixões, preservando-se puros da corrupção deste mundo, cultivaram com afinco as virtudes cristãs e gozam atualmente o prêmio da vida eterna.

A galeria dos santos na Igreja é muito mais rica de heróis do que a de todas as nações da terra. Há santos que pertencem a todas as épocas e nações; a todas as categorias de classes sociais, desde os mais humildes até as mais elevadas na vida social. Santos desde crianças que não conheceram a malícia do mundo, até velhos venerados de todas as regiões, raças, cores e profissões. Santos que vão desde Abraão, nosso pai na fé, até aos nossos dias. Cada um de nós pode escolher o modelo que mais agrada o que for conforme a nossa vida e profissão na terra.

Santo Agostinho, em sua crise de conversão, ao ler a vida dos santos, comentava: “Se estes venceram o mal, viveram santamente, por que eu também não posso?” Pois bem, os mesmos auxílios da graça divina que os fortaleceram no áspero caminho da santidade são igualmente oferecidos a cada um de nós. Pelo batismo todos fomos marcados com a vocação à santidade. “Sede perfeitos como vosso Pai do Céu é perfeito!” disse Jesus. Que o esforço de imitação das virtudes dos santos, junto com a sua proteção, nos ajudem a ser fiéis à sublime vocação à santidade à qual fomos chamados, pela nossa elevação no batismo, a filhos de Deus.