Dimensão caritativa é tema de formação diocesana da Pastoral do Dízimo, no Crato


Dom Gilberto refletindo sobre a dimensão caritativa do dízimo. (Foto: Patrícia Silva)


 



Para refletir sobre a dimensão caritativa, coordenadores paroquiais da pastoral do dízimo, párocos e administradores paroquiais estão reunidos durante este sábado, dia 24 de fevereiro, no Centro de Expansão dom Vicente de Araújo Matos, em Crato. O encontro tem caráter formativo e também de partilhas de experiências.


De acordo com a coordenadora diocesana, Marizalva Tavares, o objetivo desse encontro, que acontece anualmente, é aprofundar o sentido do dízimo na vida das paróquias e comunidades, sendo esta edição, de forma especial, uma oportunidade para ser aprofundado o atendimento aos necessitados, através da dimensão caritativa.

O encontro contou com 106 participantes. (Foto: Patrícia Silva)


O bispo diocesano, dom Gilberto Pastana também esteve presente. Em suas palavras provocou uma reflexão sobre a vivencia da caridade dentro do sistema capitalista. “Nós, cristãos, temos uma dificuldade muito grande: vivermos em um sistema capitalista. Esse sistema é perverso, pois só visa lucro, por isso destrói a vida, em contraponto do evangelho que visa a pessoa humana. Nos sentimos desafiados a viver a partilha numa sociedade que só visa o lucro. É dentro dessa podridão que vamos emergindo com a vida comunitária, com a experiência das novas comunidades. Temos que lembrar que as comunidades existiam dentro do império romano e é dentro dele que ela vai vivenciar a fé. Nossa experiência deve levar as pessoas a se libertarem desse sistema”, disse.


Ainda sobre a caridade, o bispo explicou que ela não é um ato de criar dependência, mas sim ajudar a pessoa a se libertar, caminhar com os próprios pés, ter consciência e liberdade. “Nesse sentido Jesus diz: não dê o peixe, mas ensine a pescar. Devemos trabalhar para que a comunidade viva também sem a nossa presença, criar dependência é criar vícios. Devemos criar relações fraternas, isso sim. Viver os valores cristãos. É nesse sentido que devemos viver a dimensão caritativa em nossa vida”, completou.

Dom Gilberto acompanhou também a partilha das experiências. (Foto: Patrícia Silva)


Falando sobre o documento 106 da CNBB, que é uma reflexão acerca do “Dízimo na comunidade de fé”, o bispo explicou a necessidade de se ter uma caridade organizada, para que todos os pobres sejam contemplados. No tópico 32, o documento diz que a dimensão caritativa do dízimo “se manifesta no cuidado com os pobres, por parte da comunidade. Uma das características das primeiras comunidades cristãs era de que ‘entre eles ninguém passava necessidade’, pois tudo ‘era distribuído conforme a necessidade de cada um’”.


“Quem são os pobres em nossas paróquias? Onde eles estão? Quais são as suas necessidades? Como podemos cuidar deles? É importante que a coordenação paroquial procure saber isso e também cuidar para que eles se libertem. Identificar quem são, como podemos cuidar, mas também reconhecer nossas limitações. Caridade tem que ser feita também de uma forma organizada lembrando que a verdadeira caridade é a partilha do que temos e não dá o que sobra. É sentir as experiências do que está acontecendo e com isso ajudar as pessoas a compreenderem o amor de Deus em sua vida, serem mais próximas um do outro, inclusive, como diz o evangelho de hoje, dos inimigos”, concluiu o bispo.


Além da dimensão caritativa, o dízimo possui mais três dimensões que são: religiosa, eclesial e missionária.


Por: Jornalista Patrícia Silva (MTE 3815/CE)