Divulgada a mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Por: Redação Pascom Brasil

A data será celebrada no dia 29 de maio de 2022. Inicialmente divulgado apenas como “Escutai”, a versão final do título da mensagem é “Escutar com o ouvido do coração”.

Já no início da carta, o Papa Francisco retoma o tema do ano anterior, expresso nos verbos “ir e ver”, acenando para uma continuidade do pensamento, agora acentuado no verbo “escutar”. Divido em três partes, o texto do Papa afirma que “a escuta continua essencial para a comunicação humana”.

Na primeira parte, Escutar com o ouvido do coração, o pontífice perpassa as páginas da Sagrada Escritura, desde o Antigo Testamento, afirmando que a escuta está diretamente ligada à relação dialogal de Deus com a humanidade. Segundo Francisco, “a escuta corresponde ao estilo humilde de Deus” e alerta que “a primeira escuta a reaver quando se procura uma comunicação verdadeira é a escuta de si mesmo, das próprias exigências mais autênticas, inscritas no íntimo de cada pessoa”.

A escuta como condição da boa comunicação é o título da segunda parte, na qual o Papa chama a atenção para o mau uso da escuta, instrumentalizada para espiar, e afirma que “aquilo que torna boa e plenamente humana a comunicação é precisamente a escuta de quem está à nossa frente, face a face”. Outro alerta feito pelo Papa é o de insistirmos no diálogo. Citando o filósofo Abraham Kaplan, muitas vezes, “o diálogo não passa de duólogo, ou seja um monólogo a duas vozes.” Para Francisco, “na verdadeira comunicação, o eu e o tu encontram-se ambos ‘em saída’, tendendo um para o outro.” A realidade da pandemia e a situação dos migrantes, sempre presentes nos discursos e ações do Papa, também foram destacadas na mensagem.

Por fim, o Papa dedica uma reflexão ao Escutar-se na Igreja e afirma que “na ação pastoral, a obra mais importante é o “apostolado do ouvido”. O movimento empreendido pelo Papa está em sintonia com o Sínodo sobre Sinodalidade, iniciado em outubro de 2021, cuja primeira fase é a da escuta. Francisco afirma que “a comunhão não é o resultado de estratégias e programas, mas edifica-se na escuta mútua entre irmãos e irmãs” e, fazendo analogia com a música, destaca que num coro o mais importante não é a monotonia, “mas a pluralidade e variedade das vozes, a polifonia”. E só é possível cantar em conjunto quando se escuta as vozes dos demais membros.

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