Dom José Maria Pinheiro fala do trabalho que desenvolve na diocese de Pontoise na França


 


 


Dom José Maria Pinheiro fala do trabalho que desenvolve na diocese de Pontoise na França



Dom José prestes a celebrar missa. Foto: Arquivo pessoal


Segundo registros do setor que cuida dos dados da Organização da Igreja no Brasil na CNBB, atualmente sete bispos brasileiros vivem em outros países onde continuam exercendo diferentes serviços à Igreja. Cinco deles, a maioria, reside na Itália, um nos Estados Unidos e outro na França. Dom José Maria Pinheiro, bispo emérito de Bragança Paulista (SP), de 80 anos, vive a oito anos na diocese de Pontoise, na região parisiense.


A ida para a França, segundo ele, foi obra da providência Divina. Após se tornar bispo emérito de Bragança Paulista, sua renúcia foi em 16/09/2009, ele viajou à França para celebrar uma homilia de jubileu sacerdotal de um padre polonês que se tornou seu amigo quando era bispo auxiliar na diocese de Guajará Mirim (RO) de 1997 a 2003. Após esta festa jubilar, dom José Maria foi visitar o bispo local, seu conhecido, para comunicar que ficaria um mês em uma de suas paróquias com maior extensão e apenas três padres.


Um dos três padres veio a óbito no dia seguinte à sua instalação na paróquia e um outro comunicou ao bispo local, passado um mês, que deixaria o ministério. Frente à estes acontecimentos, o bispo pediu a dom José Maria a permanecer com ele na sede da diocese por mais um ano. No terceiro ano, o bispo o pediu para acompanhar 230 jovens de sua diocese que participariam da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013.


“Pretendia, indo ao Rio, ficar no Brasil pois a missão estaria cumprida. Foi quando o provincial dos Carmelitas de Paris e o bispo me pediram para encontrar carmelitas brasileiras para reforçar o carmelo local, onde havia nove monjas, todas idosas. Indo ao Brasil consegui nove jovens carmelitas de Pouso Alegre (MG). Então o bispo me pede para voltar afim de acompanhar as brasileiras na fase de adaptação. E assim fui nomeado capelão desse Carmelo”, relembrou.


O religioso disse sentir falta dos trabalhos pastorais do Brasil. “Cada país tem a sua especificidade e na minha idade é mais difícil adaptar-me a um novo modo de pastoral. Mas o que faço é suficiente e sinto-me muito feliz, graças a Deus”, disse.


Além de acompanhar as Carmelitas, o trabalho de dom José Maria desenvolve na sede da diocese de Pontoise, consiste em atuar como uma espécie de vigário paroquial da catedral, celebrando missas, confissões, batizados, casamentos, acompanhando famílias enlutadas e ajudando o bispo nas crismas. Além disto, celebra a cada quinze dias para uma grande comunidade de portugueses e acompanha, há quatro anos, uma comunidade de cerca de 120 migrantes brasileiros na diocese de Créteil, para onde se desloca de trem.


O religioso disse não sentir dificuldades pelo fato de estar morando em outro país. “Amo este povo e sou amado por eles. Tenho ótima relação com o bispo e com o clero local. O povo daqui elogia muito o povo brasileiro”, disse. Seu contato com a Conférence Episcopale Française, a conferência dos bispos da França, é pequeno e pontual. “Além do bispo de Pontoise, conheço alguns outros bispos mas não tenho nenhum contato com a conferência daqui. A conferência sempre publica notas de orientação ao povo, como faz a CNBB”,  compara.