De 6 a 27 de outubro deste ano, o Vaticano realiza a Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos. O tema em discussão será “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
Mas o que é o Sínodo?
É uma instituição permanente da Igreja Católica que foi criada pelo papa Paulo VI, em resposta aos desejos dos padres do Concílio Vaticano II. A intenção é manter vivo o espírito de colegialidade nascido na experiência conciliar.
Resgatando o sentido etimológico da palavra “sínodo”, chega-se aos termos gregos syn (que significa “juntos”) e hodos (que significa “caminho”), numa junção que expressa a ideia de “caminhar juntos”. A reunião desta instituição permanente da Igreja consiste em um encontro religioso ou assembleia na qual alguns bispos, reunidos com o papa, têm a oportunidade de trocarem informações e compartilhar experiências.
O objetivo comum destas reuniões é buscar soluções pastorais que tenham aplicação universal. A Santa Sé define o Sínodo, em termos gerais, como uma assembleia de bispos que representa o episcopado católico e tem como tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja universal dando-lhe seu conselho.
Desde quando existe?
O Sínodo dos Bispos foi instituído pelo Papa Paulo VI com o Motu proprio “Apostolica sollicitudo”, de 15 de setembro de 1965. Desde então, foram realizadas 25 Assembleias Sinodais. Segundo definição do próprio Pontífice, no Angelus de 22 de setembro de 1974, o Sínodo dos Bispos:
“É uma instituição eclesiástica, que nós, interrogando os sinais dos tempos, e ainda mais procurando interpretar em profundidade os desígnios divinos e a constituição da Igreja Católica, estabelecemos, após o Concílio Vaticano II, para favorecer a união e a colaboração dos bispos de todo o mundo com essa Sé Apostólica, através de um estudo comum das condições da Igreja e a solução concorde das questões relativas à sua missão. Não é um Concílio, não é um Parlamento, mas um Sínodo de particular natureza” convocado sempre que houver alguma necessidade específica em determinada realidade e contexto histórico.
Como trabalha um Sínodo?
A metodologia que pauta os trabalhos do Sínodo é baseada na colegialidade, um conceito que caracteriza cada fase do processo sinodal, desde a preparação até as conclusões das Assembleias. Os trabalhos alternam análises e sínteses, com uma dinâmica que permite a verificação dos resultados e o exame de novas propostas.
Quem escolhe o tema do Sínodo é o Papa, após um estudo elaborado pelo Conselho da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, que avalia as sugestões recebidas. Com o tema definido, prepara-se a “Lineamenta”, um documento que apresenta as linhas principais do tema do Sínodo e, após a aprovação do Papa, é enviado ao episcopado. Após um estudo, os bispos enviam uma relação sobre essa “Lineamenta” para a Secretaria Geral. Só então é redigido, documento de trabalho que é ponto de referência durante a Assembleia sinodal. Por fim, o Papa emite um documento chamado Exortação Apostólica, no qual resume e aprova as principais conclusões dos bispos durante as assembleias.
Assembleias Sinodais
Também chamadas Assembleias Territoriais são os momentos de leitura do Documento Preparatório e ESCUTA do Povo de Deus que apresentam suas angústias, desafios e perspectivas mediante a temática sinodal para compor o Documento de Trabalho – “Lineamenta”
Documento de Trabalho
Ou “Lineamenta”, é um documento que apresenta as linhas principais do tema do Sínodo e, após a aprovação do Papa, é enviado aos bispos e demais componentes do Conselho Sinodal. Ele é escrito com a contribuição de todo o Povo de Deus reunido nas Assembleias Sinodais enviado ao Conselho Sinodal. É o documento de referência para a Assembleia Sinodal que subsidia o Papa para a elaboração do documento chamado Exortação Apostólica.
Conselho Sinodal
É um grupo de estudos formado pelos bispos, lideranças pastorais e especialistas envolvidos diretamente com o tema do Sínodo, nomeados pelo Papa.
Exortação Apostólica
Documento Final assinado pelo Papa que resume as principais conclusões da Assembleia Sinodal e passa a ser um ponto de referência para a caminhada da Igreja.