IMACULADA CONCEIÇÃO


 No dia 8 de dezembro de 2018, A Igreja Católica celebra a festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. O privilégio da Imaculada Conceição não se refere ao fato de Maria de Nazaré ter sido virgem antes, durante e depois do parto de Jesus. Não se refere ao fato de ter ela concebido seu filho Jesus sem ter relacionamento sexual com José seu esposo, mas por obra e graça do Espírito Santo. Não se refere ao fato de Maria não ter cometido nenhum dos pecados que nós costumamos cometer. A Imaculada Conceição de Nossa Senhora se refere ao dogma da Igreja Católica que declara a isenção da Virgem Maria de toda mancha do pecado original.


A teologia católica preocupa-se em esclarecer a realidade do pecado original, para melhor compreender a fé e a moral. Para a Igreja, a culpa não é um pecado pessoal, mas um estado culpável, que é intimamente ligado à natureza humana, sendo-lhe transmitido em sentido espiritual e moral. Suas conseqüências são a perda da vida sobrenatural e dos dons preternaturais. Os dons preternaturais são os que Deus concedeu aos nossos primeiros pais: integridade, que é a perfeita sujeição dos sentidos à razão; imunidade de todas as dores e doenças; imortalidade do corpo, e ciência moral infusa proporcionada ao seu estado (cf. CIC 374-421; Cléofas, julho, 2017 e Gaudium Press, abril, 2012). Todos os homens são implicados no pecado de Adão. São Paulo o afirma: “Pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores” (Rm 5, 19).


Um fato curioso é que nas Igrejas Orientais Maria sempre foi exaltada com expressões que a colocou acima do pecado original, por exemplo, “a mais pura que os anjos” ou “intemerata” etc. Na Igreja Ocidental, a doutrina da Imaculada Conceição encontrou certa resistência para salvaguardar a doutrina da redenção operada por Cristo em favor de todas as criaturas. Foi o teólogo Duns Scoto que encontrou no século Xlll, uma solução para o problema. Ele disse que Maria era preservada do pecado original, “em previsão dos méritos de Cristo, com antecipada aplicação da redenção universal de Jesus”. Com essa sutil argumentação os teólogos  concordaram em aceitar esta doutrina. Obviamente era conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois ela era destinada a ser a mãe de seu Filho.


A Imaculada Conceição de Maria foi declarada dogma de fé pelo papa Pio lX em 1854. Em 1830 Nossa Senhora havia pedido a Catarina Labouré para cunhar uma medalha com a efígie da Imaculada e as palavras: “Maria concebida sem pecado, rogai por nós”. Esta medalha, conhecida como “a medalha milagrosa” foi difundida aos milhões em todo o mundo, causando uma incrível devoção a Imaculada Conceição.


                                               Pe. Brendan Coleman Mc Donald


                                          Redentorista e Assessor da CNBB Reg.NE1