Prevenção ao HIV é tema central de Seminário Nacional da Pastoral da Aids, em Porto Alegre (RS)


 


 


Prevenção ao HIV é tema central de Seminário Nacional da Pastoral da Aids, em Porto Alegre (RS)


Com o Lema: “O cuidado pode ir sempre além”, a Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, realiza o XVI Seminário Nacional de Prevenção ao HIV, de 19 a 21 de outubro, em Porto Alegre (RS).


O Seminário é um evento anual que vai reunir agentes da Pastoral, coordenadores diocesanos e regionais de 21 estados que estão atuando em seus municípios no campo da informação e orientação da população para a prevenção ao HIV.



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O bispo de Goiás (GO) e referencial da Pastoral da Aids, dom Eugene Rixen, explica que o Seminário vai analisar, com auxílio de assessores qualificados, a realidade atual da epidemia do HIV, suas tendências, desafios e estabelecerá metas e propostas de ações que servirão para seu enfrentamento, sobretudo no campo do “tratamento como prevenção”.


No encontro também será abordado o combate ao estigma e à discriminação. Além de incentivar parceria com os programas locais de IST/Aids, com as comissões, fóruns e outras pastorais para garantir o direito da população à saúde, sobretudo as mais vulneráveis.


De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2017, nos últimos 5 anos, o Brasil tem registrado, anualmente, uma média de 40 mil novos casos de aids. As taxas de detecção de aids em homens nos últimos dez anos têm apresentado tendência de crescimento; em 2006, a taxa foi de 24,1 casos/100 mil habitantes. Em 2016, passou para 25,8, um aumento de 7,1%. Entre as mulheres, houve uma queda. Passou de 15,9 casos/100 mil habitantes, em 2006, para 11,6 em 2016, representando uma redução de 27,0%.


Para dom Eugene Rixen, do ponto de vista pastoral, ainda existem desafios tanto para a prevenção quanto para o acompanhamento, sobretudo nos ambientes mais pobres e nas periferias das grandes cidades.


“O acesso à testagem ainda é difícil, assim como o vínculo aos serviços de saúde para quem necessita de tratamento. Infelizmente o impacto do HIV ainda é mais forte nas pessoas mais pobres, porque se junta a uma série de outros problemas, como alimentação, moradia, acolhida”, destaca.



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A Pastoral da Aids está organizada em cerca de 80 dioceses do Brasil, com equipe de agentes atuando no campo da prevenção, do acompanhamento de pessoas que vivem com aids e no controle social das políticas públicas. Além disso, também está vinculada às demais pastorais sociais, pois o HIV é um tema transversal a todas as pastorais.


“Percebe-se um aumento da sensibilidade das comunidades para esta realidade, mas é importante criar sempre novos espaços e oportunidades para introduzir este tema na vida das comunidades, especialmente favorecendo a acolhida, a solidariedade com quem se descobre com HIV, bem como com suas famílias”, ressalta o bispo referencial.


Durante o Seminário, será lançada a Campanha para o Dia Mundial de Luta contra a Aids – 1º de dezembro, que tem como tema este ano “Aids tem tratamento: quem ama cuida e se cuida”. A data é importante para o movimento de aids, tanto por ser um momento para sensibilizar a população sobre a realidade da epidemia, quanto por ser um momento de reafirmar a cidadania das pessoas que vivem com HIV.


Dom Eugene explica que a pastoral vai colaborar com a campanha em todas as localidades onde há agentes de Pastoral, focando na importância do tratamento para as pessoas que se descobrem com HIV. “Ainda há muita desinformação com relação à necessidade de fazer o tratamento e, infelizmente, muita gente deixa de se tratar por causa do estigma e do preconceito”, finaliza.