Processos de escuta rumo ao Sínodo 2019 se intensificam, na Região Amazônica, em novembro


Processos de escuta rumo ao Sínodo 2019 se intensificam, na Região Amazônica, em novembro


Na Região Amazônica, neste mês de novembro, aconteceram vários processos de escuta em preparação ao Sínodo da Amazônia, programada para 2019, cujo tema é: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e uma ecologia integral”. Nas últimas semanas, aconteceram atividades no Amazonas, em Roraima, no Maranhão, Pará e Amapá. Um deles foi realizado dias 3 e 4/11 na aldeia Tarumã e Juçarau, na terra indígena Arariboia, no município de Amarante (MA).


As movimentações de escutas e assembleias territoriais em vista do Sínodo para a Amazônia continuam ocorrendo em toda a região. No último final de semana, aconteceram atividades no Amazonas, em Roraima, no Pará e no Amapá. Os encontros são voltados para reflexão e resposta ao questionário sobre o tema da assembleia sinodal extraordinária do próximo ano: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.


Na escuta, realizada pela equipe da Repam-Brasil, o cacique Tomaz da Silva Guajajara, falou da importância da presença da Igreja Católica na aldeia. “Nós índios Guajajara precisamos sim da Igreja Católica retornar o mais rápido possível dentro de nossas terras trazendo projetos, trazendo a Palavra de Deus, construindo Igrejas”, disse.


O cacique citou dois problemas enfrentados por seu povo: a invasão de madeireiros e a atitude de igrejas que chegam ao local e inibem as tradições culturais que a tribo carrega na sua história. “E a Igreja católica nos aceita do jeito que nós somos”, disse.


Durante a escuta, também foram manifestadas preocupações com a casa comum. Os índios guajajara pediram auxílio da Igreja para não deixar “as coisas que Deus fez acabarem”. Também falaram das ameaças sofridas e ressaltaram a dedicação do papa Francisco com a região Amazônica.


Himaíra Guajaraja, parteira indígena, manifestou preocupação com a juventude. Ela pediu que a presença eclesial seja de incentivo aos jovens, que são o futuro: “Queria que incentivasse a participar de reuniões e fazer um pequeno projeto com eles porque está tendo muita droga e bebida alcóolica”, disse.


Na diocese de Imperatriz/MA, à qual pertencem as comunidades de Amarante, há a preparação da Pastoral Indigenista, que deve dar mais atenção à realidade indígena, em sintonia com o Sínodo, que busca para a Amazônia “novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.


Roraima – Católicos das realidades urbanas, ribeirinhos, indígenas e migrantes estiveram reunidos em Boa Vista (RR) entre nos dias 2 e 4/1, para a Assembleia pré-sinodal Diocesana. A colaboradora Márcia de Oliveira, assessora da Rede Eclesial Pan-Amazônica/Repam-Brasil, compartilhou com o grupo o que foi recolhido nos encontros promovidos na preparação para esta assembleia diocesana. É tempo de identificar os rostos dos povos da Amazônia dentro da Igreja da região. O irmão Danilo Bezerra indica que é tempo de identificar os rostos dos povos da Amazônia dentro da Igreja da região. “Vivemos um tempo de escutar e perguntar sobre qual é o tipo de Igreja queremos na Amazônia?”. Segundo ele, busca-se uma Igreja indígena, ribeirinha e também de pequenos agricultores. O irmão marista destaca a beleza do processo e a força dos gritos e clamores escutados na assembleia. A escuta buscou seguir o método ver, discernir e agir, presente no desenvolvimento de todo o processo sinodal na diocese de Roraima. O método busca gerar compromissos, tanto no nível local, como também propostas para o Sínodo sobre a Pan-amazônia em 2019.


Amazonas – Em Manaus cerca de 100 religiosos salesianos e leigos que atuam nas missões da Congregação, participaram do Encontro Pan-Amazônico Salesiano com o tema: “O Sínodo nos interpela”. Além dos brasileiros, representantes de outros países participaram: Equador, Peru, Bolívia, Venezuela, México, Paraguai e Colômbia. Também participaram representantes do governo geral da congregação dos Salesianos de Dom Bosco e das Filhas de Maria Auxiliadora. Os salesianos estão há mais de cem anos na região amazônica e hoje contam com cerca de 200 religiosos em 37 comunidades. O padre salesiano Justino Sarmento Rezende é o único indígena que faz parte do Conselho Pré-sinodal. Durante o encontro, provocou seus pares a partir da indicação do papa Francisco “para fazer propostas corajosas”. Padre Justino insistiu que “o Sínodo deve ser realizado para e com o povo de Deus na Amazônia”.


Amapá – No sul do Amapá, onde se encontra o Vale do Jari, foram realizados um encontro e uma Roda de Conversa na preparação do Sínodo para a Amazônia. No sábado, 3/11, em Vitória do Jari e no domingo, 4/11, em Laranjal do Jari. Veramoni Coutinho e Benedito de Queiroz Alcântara, membros da equipe formativa da escola de Fé e Cidadania da diocese de Macapá, partilharam a caminhada que estão realizando por toda a diocese na preparação do Sínodo Especial para a Amazônia. “Lideranças pastorais das duas paróquias acolheram com generosidade e suscitaram inúmeras perguntas a partir do texto-cartilha e das exposições realizadas. O sul do Amapá vai chegar no Encontrão, em Macapá, com toda garra e bons indicativos. Ninguém quer ficar de fora”, enfatizou Benedito.


Pará – O documento preparatório para o Sínodo foi estudado na Comunidade de Surucuá, na Reserva Extrativista Tapajós, que fica a seis horas de barco de Santarém/PA. Indígenas e ribeirinhos apresentaram propostas e tiveram participação “alegre e generosa” no encontro. Já em Castanhal/PA, os catequistas participaram do processo de escuta.


Com informações da Repam Brasil