A vocação de ser mãe

Dom Severino Clasen
Arcebispo de Maringá (PR)

Neste domingo do Bom Pastor, a Igreja nos dá um novo Papa, Leão XIV. Um norte-americano que viveu grande parte de sua vida como missionário agostiniano, no Peru. Foi considerado o bispo missionário. Como Deus enviou seu Filho ao mundo para ser missionário do Pai, agora a Igreja nos dá um novo Papa para ser o missionário do Pai para o mundo.

Com alegria e expectativa do novo Papa, neste domingo do Ano Jubilar do nascimento de Jesus Cristo, ouvimos a mensagem de Jesus chamando as ovelhas para ouvir a voz do Bom Pastor.

Nós somos as criaturas prediletas de Deus. Sem a intervenção divina, nos perdemos neste mundo. Perdemos a referência, a direção, os sentimentos puros de pertença. “Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão” (Jo 10,28). Neste mundo estraçalhado pelo proselitismo, sincretismo religioso, tomado pelas ideologias do domínio e do relativismo, nos distanciamos cada vez mais da segurança libertadora que é o Cristo Ressuscitado.

É preciso ouvir a voz de Deus que nos chama para a dignidade da vida. A mãe geradora da vida deve ser reconhecida e valorizada para que toda a vida seja um dom de Deus que nos chama para a felicidade. O fato de Jesus ter dado a sua vida por toda a humanidade nos conduz com muito amor para vivermos em profundidade os seus ensinamentos e segui-lo com liberdade.

A mãe que dá a sua vida pelos filhos tem uma participação direta na vontade de Deus, se torna a grande colaboradora do Criador. O dom da mulher é gerar filhos. Há um primeiro tabernáculo em seu corpo que, ao ouvir o chamado de Deus, se dispõe a multiplicar a vida em comunhão com o homem, feito à imagem e semelhança de Deus. A sintonia entre o esposo e a esposa é possível gerar um filho para a glória de Deus Pai.

Ao comemorarmos o Dia das Mães, na liturgia, ouvimos o chamado do Senhor para segui-lo, temos a figura do Pastor pronto e disposto para nos defender com o cajado da segurança e da ternura, para que toda a vida seja gerada para o louvor do Pai. Infelizmente, a despreparação, a falta de uma fé digna e decisiva, prejudica a educação das novas gerações. O senso de pertença, responsabilidade dos pais, ser presença no processo do desenvolvimento de uma vida é uma decisão madura e humanitária. Supera todos os desejos e vontades individuais e se coloca para servir, ouvir, cuidar, proteger e educar a vida. Na unidade gerada pela responsabilidade e amor mútuo, os pais fortalecem os desígnios de uma boa família, seguindo o exemplo do Cristo que nos chama para a unidade: &ldq uo;Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30).

Nas famílias bem constituídas, teremos lideranças equilibradas e qualificadas para a sociedade e para a Igreja. Por isso, nesse domingo do Bom Pastor, o nosso olhar também se volta para as vocações sacerdotais e religiosas. Necessitamos de bons pastores que mostrem o caminho da unidade e da segurança na diversidade de dons que o Espírito Santo suscita na humanidade.
O Papa Leão XIV, no seu primeiro pronunciamento, insiste na paz que vem de Deus e que não tenhamos medo. Caminhemos juntos, construamos pontes para que a paz alcance todas as famílias.
Unamos as nossas vozes em oração para que o novo Papa dê continuidade ao mandato do Senhor, levando a paz para os povos.

Parabéns, queridas mães! Deus abençoe e sejam a ponte para gerar paz e amor em toda a humanidade. Deus abençoe a todas as mães!