Mateus Lino – Joinville/SC
Com o início do processo de beatificação, em breve teremos mais um beato brasileiro: padre Léo. A fama de santidade do sacerdote só aumenta com suas diversas pregações sobre Cura Interior, sendo repercutidas pelos veículos de comunicação e pela internet. A principal missão do sacerdote foi o acolhimento de pessoas marginalizadas pela sociedade, na Comunidade Bethânia, por ele fundada.
Antes do início da Missa, foi instaurado o Tribunal Eclesiástico do processo de beatificação. A celebração, que começou às 15h, contou com a participação dos familiares do padre Léo, dos postuladores do processo de beatificação e de fiéis de todo Brasil, que prepararam caravanas para estar presentes nesse momento marcante.
O arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis, dom Wilson Tadeu Jönck, fez o juramento do documento de abertura do processo de beatificação do pe. Léo. Logo depois, os responsáveis pela causa assinaram o documento.
Segundo padre Lúcio Tardivo, postulador da causa no Brasil e responsável pelo Instituto Pe. Léo, “o tribunal é constituído para se recolher os documentos que comprovem a santidade do padre Léo”. Após ter esses documentos em mãos, eles são enviados para a congregação para causa dos Santos, no Vaticano. Na Itália, há outro responsável pelo processo, Paulo Vilotta, que faz o intermédio com o Vaticano.
De acordo com o postulador italiano, “a cada dia é um novo conhecimento gerado espiritualmente pelos documentos do pe. Léo. Agora, com a instauração do tribunal podemos começar o inquérito oficial”, afirmou. O postulante ainda comenta que, entre as características de pe. Léo, a que mais chama a sua atenção é o acolhimento.
Para um melhor andamento do processo, foi criada uma comissão histórica para analisar a vida do padre. “Todos os documentos de vida, livros, infância, depois de serem analisados serão entregues na congregação pela causa dos santos”, disse o pe. Lucio.
Um momento de profunda fé
Ao começar a Missa, foi transladado do Memorial do Padre Léo seus restos mortais diretamente para o palco. O momento foi de emoção para os mais de 5 mil fiéis que estavam presentes na Comunidade Bethânia.
Inspirado na liturgia do dia, o arcebispo começa a aprofundar o sentido da vida de um santo. Segundo ele, Deus realiza a sua obra por meio da pessoa e faz o milagre através do santo.
“Quando nós admiramos e veneramos um santo é porque somos profundamente agradecidos com aquilo que Deus fez na vida dessa pessoa e nunca é só para a pessoa do santo, Deus enche de graça todo povo”, ressalta o arcebispo.
Entregou sua vida a Deus
Ao longo da história de pe. Léo, Deus foi crescendo em importância. Por meio da sua dedicação e entrega a Deus, hoje deixa um exemplo de santidade. “Ele foi dedicando mais tempo e atenção a Deus. De repente era toda sua vida que era voltada para Deus. Esse voltar para Deus em suas pregações, nas atitudes, na sua caridade, fez com que ele estivesse 24h voltado para Deus”.
O arcebispo lembra que o padre quando estava em vida, fez o bem a muitas pessoas. A generosidade do sacerdote fez com que o evangelho acontecesse na vida de muitas pessoas. “Essa ação continua a manifestar e agir, mesmo depois da morte do pe. Léo”, falou. Essa é a fé de todo cristão, que acredita em um mundo que pode ser transformado.
O “contágio”
Dom Wilson indica um caminho para ser santo: “isso se consegue por contágio”, quando se aproxima de Cristo, se absorve dele as características de santidade. “Cristo é o caminho de santidade. Então muitas ações vão se no multiplicando em nós. Vamos cada vez mais nos ocupando com a oração, com a vida de caridade”, ressalta.