O isolamento social modificou completamente a vida dos brasileiros e do mundo inteiro desde que a pandemia do coronavírus avançou pelos países. Devido a rotina de quarentena, de ficar em casa sem poder sair, cidades completamente fechadas incluindo os comércios e igrejas, os meios de comunicação e a internet se tornaram verdadeiras companhias no enfrentamento desse momento conturbado, como é o caso dos católicos que tiveram de deixar de ir às igrejas e passaram a acompanhar as missas e momentos de oração apenas pelos meios de comunicação.
De acordo com o coordenador da Signis Brasil TV e diretor de expansão, engenharia e almoxarifado da Associação Evangelizar é Preciso, Geizom Sokacheski, o impacto dessa pandemia acabou motivando as pessoas em todo o mundo a uma busca pelo sagrado.
“Elas buscam algum tipo de apoio, ajuda, querem voltar ou continuar a praticar uma religião”, destaca Geizom, que observa ainda que em todos os veículos de comunicação até a pandemia, havia uma concorrência por audiência entre as emissoras, assim como se ouvia muito falar que as pessoas não assistem mais TV aberta e não ouvem mais rádio, tudo agora é internet.
“Havia sim um comportamento de consumo onde as pessoas no mundo todo haviam aprendido a usar a internet como veículo para receber o conteúdo que lhes era de maior interesse por streaming, mas rádio e TV nunca deixaram de ser acessadas e agora, com esse cenário mundial, o rádio e a TV são a presença diária na vida da população de todo o mundo”, diz.
Geizom explica que as emissoras católicas, sejam elas rádio ou TV, assim como todos os outros canais, têm atingido diariamente índices de audiência elevados. “Os canais até então menos assistidos tem superado canais que antes tinham posições acima em algumas faixas de horários, e isso ocorre porque não é uma busca qualquer por programação ou informação”, ressalta.
Atualmente, o Brasil conta com nove emissoras de TV Católicas (geradoras) sendo elas: TV Evangelizar, TV Nazaré, TV Imaculada, TV Horizonte, TV Aparecida, TV Canção Nova, TV Pai Eterno, TV Rede Vida e TV Século 21 e por centenas de emissoras de rádios católicas.
Neste período de pandemia, todos esses meios de comunicação juntos, além da internet, estão oferecendo um conteúdo específico para aquelas pessoas que precisam ser amparadas, consoladas ou aquelas que estão isoladas em suas casas por conta da covid-19 e veem nessas emissoras um meio de estar mais conectado ao sagrado e em comunhão com o mundo que ora para o fim dessa pandemia.
A solidão, o medo da contaminação, o cenário econômico e político assusta a todos. As igrejas estão vazias, de todas as religiões, não se pode sair de casa. Todo esse movimento tem gerado resultados positivos na audiência dos canais, mesmo que não aferindo ibope nacional. De acordo com dados do Google Analytics, a estimativa é que a audiência das emissoras tenha crescido em 300% no meio digital. Com isso, é possível que tenha aumentado consideravelmente os índices diários em pontos nas praças onde se mede o Ibope.
“Aumentos que são percebidos pelos telefones das emissoras que não param e em muitas tem até travado pelo excesso de volume de ligações e ou recebimento de e-mails, praticamente todos as emissoras relatam que tiveram de contratar mais acessos de streaming de TV e áudio para seus sites e seus aplicativos”, ressalta Geizom.
Segundo ele, esse público busca na sua casa esse encontro com o Sagrado e o encontram nas emissoras católicas que tem desenvolvido habilidades de proximidade com o público na oração, na evangelização mantendo e melhorando alguns tópicos dentro das suas grades, num sentido humanitário, pois o divino e o humano são as pautas de todas as emissoras católicas, que tem aumentado as transmissões da linha devocional como celebrações de missas, adorações, novenas, programas de louvor todas elas sem público.
“As igrejas continuam vazias, os auditórios continuam sem público, mas a fé é o elemento fundamental de proximidade das pessoas e a criatividade de estar juntos. Como a campanha iniciada aqui no Brasil pelo padre Reginaldo Manzotti, o qual pediu às pessoas que enviassem fotos por e-mail para serem colocadas dentro do Santuário e de auditórios. Foram contabilizadas mais de 700.000 fotos de pessoas do Brasil, do mundo e de várias religiões que querem se sentir próximas e participativas desses momentos devocionais”, explica Geizom.
As emissoras católicas vêm respeitando a redução de equipes e com grande profissionalismo tem dado destaque também para os seus conteúdos de jornalismo, com informações e notícias do Brasil e do mundo, mas um noticiário humanizado com foco na vida. Já os conteúdos de entretenimento têm sido trabalhados com mais zelo e amparo às pessoas, histórias reais, testemunhos e partilhas de vida.
De acordo com Geizom, as transmissões ao vivo e em rede que têm sido partilhadas e compartilhadas entre as emissoras demonstram uma total união não só entre as nove emissoras católicas de TV geradoras do Brasil e as centenas de emissoras de rádio, mas também emissoras de todo mundo, em parcerias com a CTV e o Vatican News e emissoras ligadas a Santa Sé num relacionamento diário com a própria CNBB, que orienta e solicita apoio no atendimento das pessoas e da fé.
“A nossa união em Signis Brasil pela coordenação das tevês católicas e partilha com a RCR – Rede Católica da Igreja de Rádios, é quem gera conteúdos, o partilha com qualidade e da maneira mais rápida. Não se pensa em exclusividade de conteúdo, não pensamos em concorrência, pensamos em Evangelização e em ser Igreja, pensamos em capilaridade de informação que é útil a todas as pessoas e que somente é atingida com a união das emissoras que exibem os mesmos conteúdos ao vivo ou simultaneamente para chegar a todos os lares brasileiros, para chegar a todas as pessoas que acessem nossos veículos, seja em canal aberto, rádio modulado, aplicativo ou plataforma digital. Pela pandemia somos unidos numa COMUM-UNIDADE para chegar a todas as pessoas levando a Boa Nova de Jesus, a fé, a esperança, a caridade e o amor”, destaca.
Fonte: CNBB