Dom Jaime nos inspira a resgatar a Igreja doméstica na Semana Santa

De quinta-feira, 9 de abril, até o próximo domingo, 12, a Igreja Católica dá início às celebrações  do tríduo pascal, que marca os últimos dias vividos por Cristo antes de sua paixão, morte e ressurreição.

A data da Páscoa não pode ser transferida e um decreto publicado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos do Vaticano determina que as celebrações sejam realizadas nas catedrais ou Igrejas matrizes, porém, sem a presença dos fiéis. Além disso, o documento orienta ainda que as celebrações sejam transmitidas ao vivo pelos meios tradicionais de comunicação ou pelas redes sociais para que os fiéis, em suas casas, possam se unir em oração para celebrar a grande festa.

O portal da CNBB conversou com o arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que gravou um vídeo convocando os fiéis a resgatarem um pouco daquilo que tanto marcou a história do cristianismo, a Igreja doméstica, em casa.

“Ali uma pequena comunidade seguindo uma celebração através das mídias sociais, juntos formando uma grande corrente, celebramos os grandes mistérios ou o grande mistério da redenção humana. Meu irmão, minha irmã, vamos buscar viver juntos de forma intensa cada uma dessas celebrações belíssimas da nossa fé, que marcam a nossa fé cristã e católica”, destaca.

De acordo com dom Jaime, a orientação da CNBB é que cada comunidade cristã desse Brasil celebre esses dias da Semana Santa de acordo com as características de rua região. “Nosso Brasil é muito diferente. São indicações que devem ser adaptadas a cada contexto no nosso país”, ressalta.

Confira na íntegra a entrevista:

Transcrição da entrevista:

“Estamos nos preparando para iniciar a Semana Santa, os antigos diziam a grande semana, a semana durante a qual nós celebramos o grande mistério da redenção, paixão, morte e ressurreição do nosso Senhor. Para bem celebrar esses dias da Semana Santa, vamos antes de tudo criar entre nós, na medida do possível, um espírito de oração. Nós no Brasil estamos sofrendo as consequências de uma pandemia, uma crise que atinge todos indistintamente, por isso estas celebrações da Semana Santa também nós a viveremos de formas distintas e de acordo com os diversos contextos do nosso imenso Brasil. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), seguindo também as orientações da Congeração para o Culto Divino, uma congregação Romana, estabeleceu e indicou algumas propostas de celebração pras nossas comunidades durante esses dias da Semana Santa. Como dizia, nosso Brasil é muito diferente. São indicações que devem ser adaptadas a cada contexto no nosso Brasil. Onde for possível, que se faça sim a celebração conforme a forma prevista. Mas, certamente, nós podemos imaginar que muitos de nós estamos vivendo este tempo de isolamento social e aqui nós precisamos cooperar para que a nossa saúde e a saúde nos donos irmão, dos nossos amigos, dos membros da nossa comunidade também sejam preservadas. Por isso, a nossa indicação é para que cada um possa seguir através da TV, do rádio ou de outras mídias as celebrações em nível nacional ou acompanhando talvez a celebração na sua diocese, na sua comunidade paroquial através de um Facebook, através da TV ou através do rádio. Vamos resgatar um pouco talvez aquilo que tanto marcou a história nascente da Igreja, no cristianismo, a Igreja doméstica, em casa, talvez em pequenos grupos em família, com nossos filhos, talvez nossos avós, pais. Ali uma pequena comunidade seguindo uma celebração através das mídias sociais, juntos formando uma grande corrente, celebrarmos os grandes mistérios ou o grande mistério da redenção humana. Meu irmão, minha irmã, vamos buscar viver juntos de forma intensa cada uma dessas celebrações belíssimas da nossa fé, que marcam a nossa fé cristã e católica. Eu faço votos que cada um, cada uma possa verdadeiramente viver de forma intensa este grande momento da Semana Santa, da grande semana. Que Deus te ilumine e que Nossa Senhora nos acompanhe”.

Fonte: CNBB