Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, na tarde desta quinta-feira, 7 de março, recordou a grandeza e a beleza do ser mulher diante do Dia da Mulher, celebrado nesta sexta-feira, 8 de março, no mundo inteiro. Lembrou que o papa Francisco, em 2017, numa meditação matinal feita durante a celebração da Eucaristia, na Casa Marta, no Vaticano, afirmou que é necessário evitar se referir à mulher falando somente das funções que realiza na sociedade ou em uma instituição, sem levar em consideração que a mulher, na humanidade, realiza uma missão que vai além e que nenhum homem pode oferecer: “O homem não traz harmonia: é ela. É ela que traz a harmonia, que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela”.
Harmonia da Criação
O secretário-geral lembrou que naquele 9 de fevereiro de 2017, papa Francisco fez sua reflexão sobre a Criação, a partir da leitura do Livro do Gênesis e se referiu ao ser próprio da mulher na vida da humanidade.
O Santo Padre relatou como o Gênesis explica que no princípio o homem estava só, então o Senhor lhe tirou uma costela e fez a mulher, que o homem reconheceu como carne de sua carne. “Mas antes de vê-la, sonhou com ela”. “Quando não há mulher, falta a harmonia”, insistiu. Papa Francisco destacou que o destino do homem e da mulher é ser “uma só carne”. Por exemplo, contou quando em uma audiência, enquanto saudava as pessoas, perguntou a um casal que celebrava 60 anos de matrimônio: “Qual de vocês teve mais paciência?”. “Eles que me olhavam, se olharam nos olhos, não me esqueço nunca daqueles olhos, hein? Depois voltaram e me disseram os dois juntos: ‘Somos apaixonados!’ Depois de 60 anos, isto significa uma só carne. Isso é o que traz a mulher: a capacidade de se apaixonar. A harmonia ao mundo”.
Não explorar a mulher
Dom Leonardo lembrou ainda que o Pontífice explicou que a mulher não existe para “lavar a louça. Não: a mulher é para trazer harmonia. Sem a mulher não há harmonia”. Neste sentido, ele condenou o crime da exploração de mulheres. “Muitas vezes, ouvimos: ‘Não, é necessário que nesta sociedade, nesta instituição, que aqui tenha uma mulher para que faça isso ou aquilo… ’ Não, não! A funcionalidade não é o objetivo da mulher. É verdade que a mulher deve fazer coisas e faz coisas, como todos nós fazemos. O objetivo da mulher é criar harmonia e sem a mulher não há harmonia no mundo”. E o papa completou: “Explorar as pessoas é um crime que lesa a humanidade: é verdade. Mas explorar uma mulher é algo ainda pior: é destruir a harmonia que Deus quis dar ao mundo”.
Mulher corajosa
O Evangelho proclamado no dia dessa reflexão do papa Francisco, lembra dom Leonardo, foi aquela passagem que mostra o encontro de Jesus com uma mulher siro-fenícia. Esta mulher, depois de fazer um pedido, ouviu de Jesus: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”. Bravamente, ela respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”.
Dom Leonardo, também lembrou que o papa concluiu a homilia mencionando: “no Evangelho, ouvimos do que é capaz uma mulher, hein? Aquela é corajosa! Foi adiante com coragem. Mas é algo mais: a mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela o mundo não seria bonito, não seria harmônico. Gosto de pensar, mas isso é algo pessoal, que Deus criou a mulher para que todos nós tivéssemos uma mãe”.
No dia da Mulher, lembremos das nossas mães, das mulheres que sofrem com a pobreza e miséria, com as guerras. Tenhamos a ousadia de criarmos relações que superem a discriminação, a violência, o feminicídio. Despertemos para a grandeza e a dignidade própria da mulher.
No Dia da Mulher manifestemos nossa gratidão às mulheres, pois elas nos ensinam a fé na vida e no amor!