Sínodo dos Jovens


 


Nos dias 3 a 28 de outubro está programada no Vaticano a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, mais conhecido como “O Sínodo dos jovens”, sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. É importante lembrar-se do fato que um bilhão e oitocentos mil pessoas entre 16 e 29 anos de idade, isto é, 25% da humanidade do mundo são jovens. O “Instrumento Laboris” do Sínodo está dividido em três partes: a) Reconhecer; b) Interpretar; e c) Escolher. O referido documento quer apresentar uma leitura da realidade juvenil da vida contemporânea.


Essa leitura é baseada em diversas fontes além de um “Questionário on line” que reuniu as respostas de mais de cem mil jovens. Apesar do fato que jovens de todos os continentes, de várias línguas, culturas e religiões e sem religião, responderam o Questionário, vou me restringir aos jovens da Igreja Católica neste breve artigo, porque tive acesso aos resultados de reuniões em Roma (Reunião Pre-Sínodo de 300 pessoas jovens presentes), Espanha e nos Estados Unidos.


Podemos perguntar: que querem os jovens da Igreja hoje? Os jovens estão exigentes com a Igreja que eles vislumbram. Deve ser uma Igreja “exemplar, competente, corresponsável, com solidez cultural, transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa”. (cf. Questionário). Em outras palavras: “Uma Igreja menos institucional e mais relacional, capaz de acolher sem julgar previamente, amiga e próxima, acolhedora e misericordiosa”.


Por causa dos escândalos sexuais e econômicos há um número considerável de jovens que não têm o menor interesse na Igreja, considerando-a uma presença incômoda e ultrapassada. Por isso muitos jovens pedem uma atitude de tolerância zero nos escândalos sexuais. Os jovens também não poupam os ministros ordenados da Igreja e seu despreparo e dificuldade em explicar os motivos das próprias posições doutrinárias e éticas diante da sociedade contemporânea.


Este Sínodo é de enorme importância para a orientação dos jovens. Eles têm que viver num mundo onde há pouco discernimento, imediatismo, consumismo, hedonismo, violência, agressividade, consumo de drogas ilícitas, a desestruturação da família, agnosticismo e ateísmo, além de um sentimento de descrença nas instituições. Finalmente podemos mencionar uma educação tecnicista, sem visão de desenvolvimento integral com sérias lacunas humanas, nos campos da transcendência, moral e ética. O Sínodo dos Bispos “é um kairos, um tempo de graça para a juventude e para toda a Igreja Católica”.


Fontes: O “Instrumentum Laboris” e “Conectados no Sínodo” de Dom Vilsom, SCJ, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB.


Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB NE1